#EDITORIAL: Transparência no Palmeiras - É preciso melhorar, e muito
- Ocupa Palestra

- 20 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de out. de 2021

Após longa e injustificável suspensão da publicação dos balancetes financeiros, o Palmeiras voltou a publicá-los em seu site oficial. A publicação é resultado de uma contínua pressão, interna e externa, de sócios e torcedores comuns, para que o Palmeiras adote práticas mais transparentes em sua gestão.
Alguns meses atrás, o Ocupa Palestra repercutiu um estudo que apontava o Palmeiras como um dos grandes clubes brasileiros menos transparentes do País! O assunto foi amplamente discutido por sócios e torcedores durante a recente interrupção dos campeonatos por conta da Covid-19, mas naturalmente perdeu espaço nos noticiários com a volta dos jogos, a mudança do treinador e alguns resultados positivos.
O Ocupa Palestra acredita que a total transparência das contas e dos processos internos do clube é fundamental para a consolidação de uma estrutura vencedora e efetivamente democrática na Sociedade Esportiva Palmeiras.
Um clube campeão (e que seja efetivamente de todos) DEVE adotar práticas que vão muito além do que acontece dentro de campo.
A publicação, neste momento, reforça a necessidade de cobrarmos posicionamentos constantemente. Mais do que isso, é um excelente exemplo de que, com mobilização do torcedor, passos importantes (ainda que pequenos) podem ser dados na direção correta.
Ainda que os balancetes publicados não tragam o detalhamento e as explicações necessárias para que o torcedor comum possa entender a dinâmica das finanças do clube, os números mostram uma tendência financeira preocupante. O clube, que já foi o mais rico do Brasil (e nunca perdoou o bolso do seu torcedor), encontrava-se já no início do ano em posição financeira fragilizada. O afastamento do torcedor pelo cerco e pelo ingresso caro, que deteriorou os números do nosso programa de sócio-torcedor, soma-se agora aos efeitos da pandemia, fazendo com que o clube tenha que se desfazer de importantes jogadores.
Não nos importa se a situação dos rivais é pior do que a nossa. Nosso ponto de partida foi outro.
Reforçando nosso compromisso com essas pautas, continuaremos atentos às movimentações internas. A publicação dos balancetes não pode mais ser interrompida sob nenhuma justificativa e deveria ser obrigatória por força de estatuto. Mais do que isso, caberia ao clube dar ampla publicidade aos atos de seus conselheiros e diretoria, publicando todas as informações relativas à atividade de seus órgãos internos.
APESAR DO PEQUENO AVANÇO, É PRECISO CONTINUARMOS VIGILANTES.
Para garantir a efetiva democracia no clube, é importante, de um lado, garantir maior participação do torcedor e, de outro lado, eliminar as eleições de novos conselheiros vitalícios, conforme já rejeitado pela ampla maioria dos sócios em pelo menos três ocasiões, apesar das inúmeras confusões criadas no processo de discussão da proposta de redução de cargos vitalícios.
A torcida quer, deve, precisa, e tem o direito de saber como votam os conselheiros em temas importantes. Queremos que todos tenham acesso às atas de reunião. São os milhões de torcedores palmeirenses que viabilizam um clube com uma receita de centenas de milhões de reais. É preciso, ainda, conquistar o direito de sermos informados sobre o que fazem nossos representantes.
A publicação dos balancetes não merece salva de palmas ou congratulações. Não passa de obrigação ética e de medida básica de boa governança. Queremos muito mais. Demandamos mais informações e mais democracia.
O Palmeiras é de todos nós e isso não deve ser só uma peça publicitária.









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