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#OPINIÃO: Hora de estabelecer limites

  • Foto do escritor: Ocupa Palestra
    Ocupa Palestra
  • 21 de jun. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 25 de out. de 2021

Eleição para presidência do Conselho Deliberativo demonstra fragilidade institucional do Palmeiras


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por Felipe Giocondo


Na noite desta segunda-feira, 21 de junho, os conselheiros do Palmeiras votarão para eleger os novos presidente e vice-presidente do Conselho Deliberativo (C.D.) do clube pelos próximos dois anos. É a primeira reunião em 2021, uma vez que, acredite, ainda não temos nenhum tipo de reunião de forma online, nem mesmo as que não exigem qualquer deliberação.


Em meio a este atraso tecnológico, teremos dois embates de campos opostos. Para a presidência, Seraphim Del Grande concorre a “re-reeleição”, ou seja, busca um terceiro mandato. É o candidato da situação, amigo pessoal de Leila Pereira e extensão da diretoria dentro do Conselho. Seu opositor, Mário Giannini, é o nome da oposição.


Embora geralmente desconhecido do grande público, o presidente do C.D. é o segundo cargo mais importante do clube, atrás apenas do presidente da diretoria executiva. É a partir da presidência do conselho que se controla o ritmo das discussões dos problemas do clube, sobre o estatuto e suas alterações, bem como se determina o andamento e criação de comissões especiais e sindicâncias.


Ao longo dos últimos dois mandatos, Seraphim não apresentou nenhuma proposta para fortalecimento da instituição. Pelo contrário, convocou em três ocasiões novas eleições para conselheiros vitalícios, além de ter atrapalhado a proposta de redução deste cargo ao confundir o associado nas Assembléias Gerais. Ao longo dos últimos mandatos, demonstrou um temperamento explosivo nas reuniões, dificultando os debates e questionamentos de conselheiros críticos à atual gestão e comandou com dificuldades um espaço que deveria prezar pelo debate republicano e de ideias. Não apenas tomou partido em diversas situações como fez questão de reforçar sua ligação com a diretoria executiva, a quem deveria fiscalizar. Em mais de uma ocasião tentou constranger quem vota em desacordo com a orientação da diretoria, pedindo que estas pessoas se levantassem e informassem seus nomes, um a um.


Certa vez, após ignorar pedido formal de informações de conselheiros, respondeu pela imprensa: Eu não obedeço prazos dados, a não ser judicial, não reconheço pessoas individualmente para me dar prazo para o que quer que seja. Se não me dessem o prazo, eu teria respondido no dia seguinte“.


Sua maior articulação no cargo foi a alteração do tempo de mandato presidencial, de dois para três anos. Houve empenho em tramitar às pressas uma emenda que alterava sensivelmente o fluxo eleitoral do clube, sem nenhum tipo de debate prévio e sem respeitar a organicidade do estatuto, cada vez mais uma colcha de retalhos. Com a chegada da pandemia, não criou alternativas para que as reuniões continuassem, como diversos clubes têm feito com sucesso. Pelo segundo ano consecutivo não houve aprovação, dentro do prazo legal, das contas apresentadas pelo clube, mas sobrou espaço para a convocação de mais uma eleição de conselheiros vitalícios.


É lamentável que, neste contexto, seu nome tenha sido apresentado novamente. Com tantos quadros capacitados e dispostos a uma gestão mais harmoniosa, optou-se por um terceiro mandato de um conselheiro já desgastado, com pouco apreço ao debate e disposto a impulsionar (ou atravancar) mudanças ao estatuto, se assim for determinado, não importando as suas consequências.


Seu oponente é um aliado de Mustafá Contursi. Tem apoio do ex-presidente, assim como de todos os grupos ligados à oposição. Entretanto, Mário Giannini se comprometeu com uma agenda mínima de reformas, o que inclui a apreciação de toda e qualquer proposta por uma comissão independente. É pouco, mas muito mais do que existe hoje. Sobre sua relação próxima com Mustafá, é justo relembrar que na complexa política palestrina também se utilizaram dela Maurício Galiotte e Leila Pereira, quando foi preciso ou conveniente.


Já a eleição para a vice-presidência é feita de forma separada, não em chapas (mais uma alteração estatutária importante que Seraphim não se empenhou em realizar). Com isso existe a possibilidade de termos um vice de pensamento oposto ao presidente, o que certamente não ajuda em nada os já pouco efetivos trabalhos do colegiado. Alcyr Ramos é o candidato da situação e Guilherme Ribeiro, filho do ex-vice presidente do clube Jesse Ribeiro, é o candidato da oposição, embora com ligações passadas com o casal Leila Pereira e José Roberto Lamacchia, que financiaram sua tentativa de se tornar deputado federal pelo PRB em 2018.


Vida dura para os conselheiros progressistas e que buscam efetivas transformações nas urnas que se abrem hoje. Na ausência de um projeto vigoroso de mudança, trataremos da redução de danos e de assegurar a alternância de poder. Mais do que nunca, é importante estabelecer algum nível de fiscalização sobre a diretoria executiva nos próximos anos, já tão afogada em um evidente conflito de interesses.


Felipe Giocondo

Conselheiro do Palmeiras, integrante do Ocupa, Palestra!


 
 
 

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